sexta-feira, janeiro 30, 2009

Capa do A tarde Online

Capa do A tarde On Line Cultural

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Impressões Modernas, no Bahia Vitrine

Próxima quinta-feira, 05 de fevereiro, coquetel de lançamento, na LDM, Rua Direita da Piedade.

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Jussilene no BikeBOOK

A atriz Jussilene Santana, vencedora do prêmio Braskem de melhor atriz 2004, autografa seu livro Impressões Modernas - Teatro e Jornalismo na Bahia, dia 05 de fevereiro, as 17h, quinta-feira, na LDM, Rua Direita da Piedade. No livro, que tem o selo da Editora Vento Leste, a autora analisa o teatro como temática na imprensa baiana e as mudanças que ocorreram tanto no exercício do teatro, quanto na cobertura jornalística entre os anos de 1956 e 1961.

Teatro na Imprensa é tema de livro



A Tarde - ON LINE
Salvador, 28 de jeneiro de 2009

http://www.atarde.com.br/cultura/noticia.jsf?id=1060062

Impressões Modernas, no Bahia Cultura e Variedades

A cobertura da imprensa baiana sobre a formação do teatro em meados do século XX e as mudanças ocorridas no exercício do teatro e na cobertura jornalística são o foco do livro de estreia da atriz, jornalista, professora e doutoranda Jussilene Santana.

Impressões Modernas – Teatro e Jornalismo na Bahia (com selo da editora Vento Leste) tem lançamento marcado para o próximo dia 5 de fevereiro (quinta-feira), às 17h, na Livraria LDM (Piedade).

Nome de destaque na cena teatral de Salvador (Prêmio Braskem de Melhor Atriz de 2004, na Bahia, pelo desempenho no espetáculo Budro), a autora se debruçou nos jornais A Tarde e Diário de Notícias para as suas pesquisas. Um dos polos de suas investigações é a reflexão sobre o papel do primeiro diretor da Escola de Teatro da Ufba, Martim Gonçalves, para as artes cênicas no estado.

O livro traz ainda reflexões sobre a relação e a dinâmica entre a cena teatral na Bahia e sua cobertura na imprensa, a configuração do espaço cênico no jornalismo baiano, as repercussões do modernismo teatral no estado e no país, as inovações editoriais ocorridas à época, a percepção de questões do teatro em moldes modernos e o surgimento de vozes/fontes que as representem na imprensa.

Durante suas pesquisas, Jussilene conta que resgatou e digitalizou mais de duas mil fotos e matérias jornalísticas sobre teatro, publicadas entre os anos de 1956 e 1961. Vale ressaltar que, entre 1950 e 1960, a Bahia viveu intenso processo sócio-cultural-artístico que mudou a história da cultura brasileira.

Entre os movimentos da época, destaques para o Cinema Novo e a Tropicália. No teatro, o período foi marcado pela criação da Escola de Teatro, em 1956, a primeira no Brasil ligada a uma instituição de nível superior, a então Universidade da Bahia, que viria a dar origem à Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Segundo a autora, a cultura baiana em meados do século XX é comumente narrada "de forma lendária". Jussilene lembra que a criação e a atuação da Escola de Teatro da Bahia, está relacionada ao “renascimento baiano”, patrocinado pela gestão do reitor Edgar Santos à frente da Universidade da Bahia.

“Muito se fala da influência do cinema e da música baianos para o Brasil, mas o que o teatro baiano legou nesse período também é de altíssima qualidade e foi até agora miseravelmente estudado”, ressaltou Jussilene.

Segundo a autora, o principal legado para as artes cênicas seria a formação de alunos/atores que viriam a sustentar o Cinema Novo, o Tropicalismo, o cinema marginal e a televisão brasileira nas décadas subsequentes, com destaque para os atores mais conhecidos nacionalmente, como Othon Bastos, Geraldo Del Rey, Helena Ignez e Antonio Pitanga.

Na pesquisa que dá sustentação ao livro, realizada em seu mestrado, Jussilene Santana entrevistou vários artistas e jornalistas que fizeram história na cultura baiana no período. Entre eles, os atores Sonia Robatto, Yumara Rodrigues, Maria Silva, Wilson Mello, Manoel Lopes Pontes, Mario Gadelha, Roberto Assis, Harildo Déda e o jornalista Florisvaldo Mattos. Nilda Spencer, Carlos Petrovich e Álvaro Guimarães, já falecidos, também concederam depoimentos à época.

Em 2007, Jussilene organizou com parte dos entrevistados o Ciclo e Entrevistas Memória do Teatro na Bahia, evento que resultou em mais de 12 horas de depoimentos gravados sobre a história do teatro baiano e brasileiro.

Depois do lançamento em Salvador, Impressões Modernas será apresentado nas bienais da Bahia (de 17 a 26 de abril) e do Rio de Janeiro (de 10 a 20 de setembro). Patrocinado pelo Fundo de Cultura, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, o livro terá lançamentos também nas cidades de Ilhéus, Itabuna, Vitória da Conquista e Itaberaba. Em todas elas, a autora fará palestras e doará exemplares para as bibliotecas das universidades estaduais (Uneb, Uesc, Uefs e Uesb).

CINEMA, TEATRO, DOUTORADO E MATERNIDADE
Grávida de sete meses e morando atualmente no Rio de Janeiro, a baiana Jussilene Santana, 32 anos, volta a Salvador para a gravação do filme Capitães da Areia, de Cecília Amado. No seu terceiro longa-metragem, a atriz baiana faz Esther, mulher da alta sociedade baiana da década de 1950 que acolhe em sua residência o Sem-Pernas, um dos integrantes do temido bando de Pedro Bala.

Em agosto, a atriz retorna à Bahia para os ensaios do espetáculo Joana d’Arc, no qual fará o papel-título, com estreia prevista para outubro. A peça, contemplada no último edital da Fundação Cultural do Estado com o financiamento de R$ 100 mil, tem direção de Elisa Mendes, texto de Cleise Mendes e produção de Virgínia da Rin. No elenco, nomes como Carlos Nascimento, Carlos Betão e Widoto Áquila.

Atualmente finalizando o doutorado, Jussilene Santana continua sua pesquisa sobre o teatro baiano nas décadas de 1950 e 1960. Sua tese - Martim gonçalves: Uma Escola de Teatro contra uma Província - faz parte do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia.

Como atriz e jornalista, ela vem atuando há mais de dez anos no cenário cultural de Salvador. Participou de várias peças. Entre elas, Senhorita Júlia, de August Strindberg, com direção de Ewald Hackler, que a dirigiu também em A Mulher sem Pecado, e em diversas leituras dramáticas.

Jussilene recebeu indicação ao Prêmio Braskem de Teatro na categoria melhor atriz coadjuvante pelo desempenho em As Lágrimas Amargas de Petra von Kant. Sua atuação na montagem Budro lhe rendeu o Prêmio Braskem de melhor atriz baiana de 2004. Na tevê, esteve no elenco do especial A Mulher de Roxo, com direção de Fernando Guerreiro. Em 2007, fez os longas-metragens Estranhos e Jardim das Folhas Sagradas. Atualmente é professora de jornalismo e continua atuando como atriz profissional em teatro, cinema e TV.

SERVIÇO:

Livro - Impressões Modernas – Teatro e Jornalismo na Bahia
Autor - Jussilene Santana
Editora - Vento Leste
Data - quinta-feira, 5 de fevereiro, às 17h
Local - Livraria LDM (Rua Direita da Piedade)
Preço - R$ 50,00
Preço promocional no dia do lançamento - R$ 30,00
Soteropolitano, Bahiano e Brasileiro

tonyssa
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terça-feira, janeiro 27, 2009

O Teatro dos “Vencidos”

Correio da Bahia, Salvador, sexta-feira, 16 de janeiro de 2009 (página 17)
Por Jean Wyllys

Os atores baianos Adriana Amorim e Alain Félix, da Companhia Rebanho de Atores, levaram uma encenação do clássico Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand, a escolas da periferia de Salvador graças ao Prêmio Myriam Muniz que receberam da Funarte. Mas quem soube disso além dos professores e alunos beneficiados? Ninguém. Nem mesmo a classe teatral soube. E sabem por quê? Porque o “jornalismo cultural” baiano não deu a menor bola para o fato de que uma companhia teatral baiana ganhara um prêmio de relevância nacional por conta de um projeto que se propunha ampliar o repertório cultural de estudantes pobres. O “jornalismo cultural” baiano está obtuso e preso às suas velhas “panelinhas”...

Se, daqui a 30 anos, alguém quiser saber como era a cena teatral baiana do início o século XXI e for buscar em jornais da época as informações, certamente vai construir um imaginário pobre acerca do teatro feito na Bahia; vai acreditar que a cena dependia de poucos e mesmíssimos artistas – os quais a gente pode chamar de “vencedores”, seja porque tem os meios de se articular com governo e iniciativa privada para conseguir patrocínio, seja porque estão sempre de acordo com as linhas editoriais e tendências políticas dos jornais.

O “jornalismo cultural” como está sendo feito subtrai a história e faz com que a versão e a produção dos “vencidos” se percam no rastro de sua própria “derrota”. É nesse sentido que se pode dizer que o livro O Teatro na Bahia através da imprensa – de autoria da dramaturga Aninha Franco e publicado em 1994 – é parcial e pouco crítico. Nele, não há versão nem a produção dos “vencidos” dos “ignorados”.

E essa minha crítica ao “jornalismo cultural” baiano acaba de ganhar um reforço de peso. Trata-se do livro Impressões Modernas – Teatro e Jornalismo na Bahia, escrito pela atriz e jornalista baiana Jussilene Santana e que analisa a emergência do teatro como tema na imprensa baiana em meados do século XX. Fruto de um mestrado na Escola de teatro, o livro será lançado oficialmente no próximo dia 05 de fevereiro na LDM.

Impressões Modernas – Teatro e Jornalismo na Bahia traz informações jamais analisadas sobre teatro baiano e, por comparação, serve de crítica demolidora à parcialidade e à ignorância do “jornalismo cultural” feito em Salvador na contemporaneidade. Jussilene Santana não é nada complacente com Aninha Franco, que, segundo a atriz e jornalista, não conseguiu ser crítica quando recorreu a matérias de jornais para escrever seu livro. Para Jussilene, Aninha Franco tratou os desiguais discursos e coberturas jornalísticos – cujas posturas políticas e estéticas são bem distintas – de maneira genérica; tratou tudo como “o discurso da imprensa”.

A atriz chama a atenção para o fato de que os jornais não apenas discordam entre si, como também modificam publicamente opiniões sobre eventos e artistas quando estes assumem posturas que se afastam das linhas editoriais defendidas ou mesmo por questões pessoais dificilmente diagnosticáveis. “Não há como contar uma história pela imprensa sem analisar isso”, ela diz. A conseqüência da falta de crítica de Aninha Franco ao lançar mão dos jornais para contar a história do teatro na Bahia é, segundo Jussilene Santana, que, em Teatro na Bahia através da Imprensa, não há qualquer referência a eventos promovidos por Eros Martim Gonçalves à frente da Escola de Teatro que, no mínimo, tornariam mais complexo o rótulo dado ao encenador de “adepto de estrangeirismos”. Gonçalves montou o primeiro espetáculo teatral de cordel na Bahia, entretanto este fato não é contado no livro de Franco nem está no imaginário da classe teatral porque não foi registrado pelos jornais que, à época, viraram as costas para o então diretor da Escola de Teatro da universidade da Bahia. Se o “jornalismo cultural” ainda hoje vira as costas para certas produções teatrais, como o fez no caso da encenação de Cyrano de Bergerac pelo Rebanho de Atores, o livro de Jussilene Santana se torna uma leitura mais do que obrigatória para artistas e jornalistas.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Repercussões do LIVRO - Setaro`s BLOG

http://setarosblog.blogspot.com/2009/01/atriz-lana-livro-sobre-teatro-e.html

domingo, janeiro 25, 2009

Lançamento LIVRO

ATRIZ BAIANA LANÇA LIVRO
SOBRE TEATRO E JORNALISMO NA BAHIA

A obra "Impressões Modernas", da atriz, jornalista e doutoranda Jussilene Santana, será lançada dia 05 de fevereiro, na Livraria LDM

A atriz, jornalista, professora e doutoranda Jussilene Santana, um dos nomes de maior destaque na cena teatral de Salvador (Prêmio Braskem de Melhor Atriz de 2004 na Bahia pelo desempenho no espetáculo Budro), lança no próximo dia 05 de fevereiro, às 17h, na Livraria LDM (Piedade), o livro Impressões Modernas – Teatro e Jornalismo na Bahia, com selo da editora Vento Leste A publicação analisa a formação do teatro como temática na imprensa baiana em meados do século XX, nos jornais A Tarde e Diário de Notícias, e investiga as mudanças que ocorreram tanto no exercício do teatro, quanto na cobertura jornalística. O livro reúne informações jamais analisadas sobre o teatro baiano. Vale destacar, entre elas, a complexa compreensão do papel do primeiro diretor da Escola de Teatro da Ufba, Martim Gonçalves, para as artes cênicas.

Além disso, traz reflexões sobre: a relação complexa e dinâmica entre a cena teatral na Bahia e sua cobertura; a configuração do espaço cênico no jornalismo baiano; as repercussões do modernismo teatral no estado e no país; as inovações editoriais ocorridas à época; a percepção de questões do teatro em moldes modernos e o surgimento de vozes/fontes que as representem na imprensa.

Para a realização deste trabalho, a autora resgatou e digitalizou mais de duas mil fotos e matérias jornalísticas sobre teatro, publicadas entre os anos de 1956 e 1961, trazendo à tona inestimável acervo que contribui de modo preponderante para a escrita da história cultural brasileira. O livro publica uma seleção de 27 imagens deste acervo. Nos periódicos estudados, textos, entre outros, de Walter da Silveira, Paulo Francis e Glauber Rocha (que, ao lado do jornalismo, se desdobra na direção dos primeiros filmes do Cinema Novo).

Na pesquisa que dá base ao livro, realizada em seu mestrado, Jussilene Santana ainda entrevistou inúmeros artistas e jornalistas que fizeram a cultura baiana no período, a exemplo dos atores Sonia Robatto, Yumara Rodrigues, Maria Silva, Wilson Mello, Manoel Lopes Pontes, Mario Gadelha, Roberto Assis, Harildo Déda e do jornalista Florisvaldo Mattos. Alguns deles em seus últimos depoimentos, como Nilda Spencer, Carlos Petrovich e Álvaro Guimarães, já falecidos. Em 2007, Jussilene organizou com parte dos entrevistados o Ciclo de Entrevistas Memória do Teatro na Bahia, evento que resultou em mais de 12 horas de depoimentos gravados sobre a história do teatro baiano e brasileiro.

LANÇAMENTOS PELO BRASIL

Ainda este ano, Impressões Modernas será lançado nas bienais da Bahia (de 17 a 26 de abril) e do Rio de Janeiro (de 10 a 20 de setembro). O livro, patrocinado pelo Fundo de Cultura, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, terá lançamentos, ainda, nas cidades de Ilhéus, Itabuna, Vitória da Conquista e Itaberaba. Em todas elas, a autora fará palestras e doará exemplares para as bibliotecas das universidades estaduais (UNEB, UESC, UEFS, UESB). A divulgação e as palestras abertas à comunidade acadêmica e ao público interessado continuam em novembro em Juazeiro do Norte (Ceará), Recife e São Paulo.

CINEMA, TEATRO, DOUTORADO E MATERNIDADE
Além do lançamento do livro Impressões Modernas – Teatro e Jornalismo na Bahia, Jussilene, que está grávida de seis meses e se mudou recentemente para o Rio de Janeiro, chega a Salvador para a gravação do filme Capitães da Areia, de Cecília Amado. Neste que é seu terceiro longa-metragem, Jussilene faz Esther, mulher da alta sociedade baiana da década de 1950, que acolhe em sua residência o Sem-Pernas, um dos integrantes do temido bando de Pedro Bala.

Após o nascimento de sua primeira filha, a atriz retorna novamente à Bahia em agosto para os ensaios do espetáculo Joana d'Arc, no qual fará o papel-título, com estréia prevista para outubro. A peça, contemplada no último edital da Fundação Cultural do Estado com o prêmio de R$ 100 mil, tem direção de Elisa Mendes, texto de Cleise Mendes e produção de Virgínia da Rin. No elenco, nomes como Carlos Nascimento, Carlos Betão e Widoto Áquila.

Atualmente no doutorado, Jussilene Santana continua sua pesquisa sobre o teatro baiano nas décadas de 1950 e 1960. Sua tese Martim Gonçalves: Uma Escola de Teatro contra uma Província faz parte do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, da Universidade Federal da Bahia.

FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Jussilene Santana, 32 anos, possui graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal da Bahia (1999) e mestrado em Artes Cênicas pela UFBA/PPGAC (2006), sendo doutoranda do mesmo programa. Como atriz e jornalista, vem se destacando há mais de dez anos no cenário cultural de Salvador. Atuou em várias peças, dentre elas, Senhorita Júlia, de August Strindberg, sob direção de Ewald Hackler, que a dirigiu também em A Mulher sem Pecado e em diversas leituras dramáticas.

Pelo desempenho em As Lágrimas Amargas de Petra von Kant, Jussilene recebeu indicação ao Prêmio Braskem de Teatro na categoria melhor atriz coadjuvante. Sua elogiada atuação na montagem Budro lhe rendeu o Prêmio Braskem de melhor atriz baiana de 2004. Na tevê, esteve no elenco do especial A Mulher de Roxo, com direção de Fernando Guerreiro. Em 2007, fez os longas-metragens Estranhos e Jardim das Folhas Sagradas.

Como jornalista, trabalhou em jornais diários baianos (Correio da Bahia e A Tarde) e apresentou programas locais na TV Record (Travessia 2001/2002) e TVE (Sextas Baianas 2006/2007). Ganhou os prêmios Banco do Brasil (2003) e Associação Baiana de Imprensa (2004), sendo finalista do Troféu Coelba de Reportagem (2003). Atualmente é professora de jornalismo e continua atuando como atriz profissional em teatro, cinema e TV. Seus principais temas de pesquisa são: teatro, jornalismo, cultura, história e Bahia.

O LIVRO "IMPRESSÕES MODERNAS"
Foi nas décadas de 1950 e 1960 que a Bahia viveu intenso processo sócio-cultural-artístico que alterou profundamente a história da cultura brasileira, com a ebulição, dentre outros movimentos, do Cinema Novo e da Tropicália. No teatro, o período é de particular relevância porque, em junho de 1956, é criada a Escola de Teatro, primeira no Brasil ligada a uma instituição de nível superior, a então Universidade da Bahia. Em 1959, surge a Sociedade Teatro dos Novos, primeira companhia profissional de Salvador. Formado por alunos e professores egressos da Escola, o grupo funda o Teatro Vila Velha, em 1964.

Nestas décadas, a Escola de Teatro da Bahia se firma como um centro profissionalizante de excelência, único no país, articulado com outros centros de formação de artistas localizados nos EUA, Europa e Oriente. Sua criação possibilita que procedimentos do teatro moderno sejam trabalhados sistematicamente nas artes cênicas de Salvador, alterando profundamente os rumos da atividade no estado. A Escola de Teatro, então sob a direção do encenador Eros Martim Gonçalves, marca a transição de um período no qual o teatro na Bahia é entendido como uma atividade amadora e diletante, para outro em que é reconhecido como um campo autônomo, profissional e artístico.

Segundo a autora, esta época da cultura baiana, ocorrida na Bahia em meados do século XX, é sempre narrada de forma lendária. Jussilene lembra que a criação e a atuação da Escola de Teatro da Bahia, ponta de lança da produção do período, está relacionada ao "renascimento baiano", patrocinado pela gestão do reitor Edgar Santos à frente da Universidade da Bahia.

"Muito se fala da influência do cinema e da música baianos para o Brasil, mas o que o teatro baiano legou neste período também é de altíssima qualidade e foi até agora miseravelmente estudado", destaca Jussilene. Segundo a autora, o principal legado para as artes cênicas seria a geração de alunos/atores que faria afinadamente o Cinema Novo, o Tropicalismo, o cinema marginal e a televisão brasileira nas décadas subseqüentes, destacando os atores nacionalmente mais conhecidos: Othon Bastos, Geraldo Del Rey, Helena Ignez e Antonio Pitanga. "Mas também houve montagens inovadoras e polêmicas, como a da Ópera dos Três Tostões, de Bertolt Brecht, e Calígula, texto de Albert Camus, encenada pela primeira no Brasil, pela Escola de Teatro, no TCA, tendo no papel-título o ator Sérgio Cardoso. Ambas as encenações são de Martim Gonçalves", pontua.

DIÁLOGO CONTRASTANTE
É importante ressaltar o diálogo contrastante que Impressões Modernas – Teatro e Jornalismo na Bahia mantém com a abordagem promovida por O Teatro na Bahia através da Imprensa, de Aninha Franco (1994). Segundo Jussilene, esta publicação minimizou arriscadamente as diferenças entre os discursos promovidos pelos jornais do período – cujas posturas políticas e estéticas são bem distintas –, rotulando, de modo genérico, as desiguais coberturas jornalísticas como "o discurso da imprensa".

"Ora, os jornais não apenas discordam entre si, como também modificam publicamente opiniões sobre eventos e artistas quando estes assumem posturas que se afastam das linhas editorias defendidas ou mesmo por questões pessoais dificilmente diagnosticáveis. Não há como contar uma história pela imprensa sem analisar isso", ressalta.

Outro ponto que merece destaque no debate com Franco, segundo Jussilene, é a linguagem datada que esta autora utiliza para tratar dos choques e diálogos interculturais. "Franco denomina de colonizador toda e qualquer informação, processo poético ou de linguagem que não seja 'assumidamente baiano', porém sem explicar o que entende por baianidade, ora confundida por ela com a idéia de brasilidade".

Ainda segundo Jussilene, causa e conseqüência, na coletânea de matérias e artigos de jornais que Franco apresenta não há qualquer referência a eventos, por exemplo, promovidos por Martim Gonçalves à frente da Escola de Teatro que, no mínimo, tornariam mais complexo o rótulo dado ao encenador de "adepto de estrangeirismos".

"Gonçalves apresenta à cidade tanto um painel da melhor dramaturgia ocidental, com Camus, Brecht, Claudel, Mishima e Tenessesse Williams, quanto os brasileiros Antonio Callado, Maria Clara Machado, Ariano Suassuna e Arthur Azevedo. Mas ele também publica artigos sobre teatro popular nos jornais baianos, os mesmos que mais tarde lhe fecharão as portas, e monta o primeiro espetáculo teatral de cordel na Bahia. Isso ao contrário do que o imaginário teatral baiano sedimentou de que teria sido o Teatro dos Novos o primeiro a fazer montagens trabalhando esta literatura popular", finaliza a autora.

SERVIÇO
Livro: Impressões Modernas – Teatro e Jornalismo na Bahia
Autor: Jussilene Santana
Editora: Vento Leste
Data: 05 de fevereiro, às 17h
Local: Livraria LDM (Rua Direita da Piedade)
Preço: R$ 50,00
Preço promocional (dia do lançamento): R$ 30,00

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ASSESSORIA DE IMPRENSA
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