terça-feira, maio 15, 2012

Finalmente o lançamento no Rio!




A ATRIZ JUSSILENE SANTANA LANÇA LIVRO

SOBRE TEATRO E JORNALISMO

NA TRAVESSA DO LEBLON


A obra “Impressões Modernas”, da atriz e pesquisadora Jussilene Santana, será lançada dia 24 de maio na Livraria Travessa do Shopping Leblon, com debate sobre o tema Teatro, Mídia, Verdade e Memória, tendo a participação do cenógrafo Hélio Eichbauer e do deputado federal Jean Wyllys.
A atriz e doutora em Artes Cênicas Jussilene Santana, um dos nomes de maior destaque na cena cultural baiana (Prêmio Braskem de Melhor Atriz de 2004 pelo desempenho em Budro; e outras duas vezes indicada), professora da Universidade Veiga de Almeida (RJ), lança no Rio o livro Impressões Modernas – Teatro e Jornalismo na Bahia, com selo da Editora Vento Leste. A publicação analisa as relações entre teatro e imprensa, investigando as mudanças que ocorreram no exercício do teatro e na cobertura jornalística num dos períodos mais ricos do teatro nacional, meados do século XX, época em que foi criada na Bahia a primeira escola de teatro ligada a uma universidade brasileira, a Escola de Teatro da Ufba. Foi por essa instituição que passaram baianos que mais tarde se destacariam na cultura brasileira, como: Glauber Rocha, Helena Ignez, Othon Bastos, Antonio Pitanga, Geraldo Del Rey, entre muitos outros.
O livro reúne informações jamais analisadas sobre o teatro baiano e suas relações com o teatro brasileiro. Vale destacar, entre elas, a compreensão do papel do primeiro diretor da Escola de Teatro da Ufba, o diretor e cenógrafo Martim Gonçalves, para as artes cênicas. Entre os anos de 1966 e 1971, Martim Gonçalves foi crítico de O Globo. Além disso, traz reflexões sobre: a relação complexa e dinâmica entre a cena teatral e sua cobertura; a configuração do espaço cênico no jornalismo baiano; as repercussões do modernismo teatral no estado e no país; as inovações editoriais ocorridas à época; a percepção de questões do teatro em moldes modernos e o surgimento de vozes/fontes que as representem na imprensa. Parte do acervo de Martim Gonçalves na Bahia esteve guardada nesses últimos 40 anos com o cenógrafo, colaborador e amigo Hélio Eichbauer, daí sua participação no debate, quando pretende falar sobre as produções e montagens que realizaram juntos nos anos 1960 e 1970. O deputado federal e jornalista Jean Wyllys abordará especificamente sobre as relações entre mídia e verdade, fator marcante na trajetória de Martim Gonçalves por conta da perseguição sofrida por ele na imprensa baiana.
Para a realização deste trabalho, a autora resgatou e digitalizou mais de duas mil fotos e matérias jornalísticas sobre teatro, publicadas entre os anos de 1956 e 1961, trazendo à tona inestimável acervo que contribui de modo preponderante para a escrita da história cultural brasileira. O livro publica uma seleção de 27 imagens deste acervo. Nos periódicos estudados, textos, entre outros, de Walter da Silveira, Paulo Francis e Glauber Rocha (que, ao lado do jornalismo, já se desdobrava na direção dos primeiros filmes do Cinema Novo).
Na pesquisa que dá base ao livro, realizada em seu mestrado, Jussilene Santana ainda entrevistou inúmeros artistas e jornalistas que fizeram a cultura baiana no período, a exemplo dos atores Sonia Robatto, Yumara Rodrigues, Maria Moniz, Wilson Mello, Manoel Lopes Pontes, Mario Gadelha, Roberto Assis, Harildo Déda e do jornalista Florisvaldo Mattos. Alguns deles em seus últimos depoimentos, como Nilda Spencer, Carlos Petrovich e Álvaro Guimarães, já falecidos. Na Bahia, Jussilene organizou com parte dos entrevistados o Ciclo de Entrevistas Memória do Teatro, evento que resultou em mais de 12 horas de depoimentos gravados sobre a história do teatro baiano e brasileiro.

Os debatedores mais que especiais: HELIO EICHBAUER E JEAN WYLLYS

Hélio Eichbauer é cenógrafo e um dos principais nomes da cenografia brasileira moderna. Despontou no cenário brasileiro com seu trabalho no espetáculo teatral O Rei da Vela, de José Celso Martinez Corrêa, em 1967, e a partir de então também começou a colaborar com diretores do Cinema Novo. Quando completou 30 anos de profissão, na década de 1990, Hélio Eichbauer já tinha acumulado uma extensa lista de trabalhos, totalizando 130 em teatro, 13 exposições, além disso, reunia 28 prêmios. Seu trabalho serve como exemplo para vários cenógrafos, pois renovou a cenografia brasileira com suas ideias arrojadas. Hélio modificou os recursos usados, propondo a metáfora, a livre interpretação e o papel autoral na concepção artística do espetáculo. Levou também suas criações a outras áreas artísticas, como vídeo e música, em especial nas cenografias de shows de Caetano Veloso e Chico Buarque. Ainda no cinema, seu primeiro filme foi O dragão da maldade contra o santo guerreiro (1969), de Glauber Rocha. Fez também Tudo bem (1978), de Arnaldo Jabor, O homem do pau-brasil (1982), de Joaquim Pedro de Andrade, e Kuarup (1989), de Ruy Guerra. Nascido em 1941, estudou cenografia e arquitetura cênica na Universidade de Praga, na República Tcheca e ao retornar ao Brasil, passou a colaborar com grupos teatrais como o Oficina, o Opinião e o Tablado. Ensinou cenografia em diversas universidades e escolas de teatro, como a Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Artes Visuais, Universidade do Rio de Janeiro, Ateneo de Caracas, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Escola de Teatro Martins Pena. Em 2006, foi homenageado com uma bela exposição retrospectiva de sua carreira no Centro Cultural dos Correios.

Jean Wyllys tem uma história de envolvimento com trabalhos em favor da justiça social, de uma educação para a cidadania e para a valorização da vida, em favor das liberdades civis. Jean Wyllys foi eleito deputado federal pelo PSOL-RJ para o mandato 2011-2015. É escritor, com três livros publicados; professor universitário na Escola Superior de propaganda e Marketing (ESPM) e Universidade Veiga de Almeida (UVA), ambas no Rio; e colunista da Carta Capital. Em 2011, recebeu o prêmio Trip Transformadores e foi indicado nas categorias “melhor deputado” e “parlamentar  de futuro” no prêmio Congresso em Foco. Nas duas, foi o segundo deputado mais votado. Foi eleito pela revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes em 2011 e também uma das 100 personalidades mais influentes de 2012 pela revista Isto É.


LANÇAMENTOS do IMPRESSÕES MODERNAS PELO BRASIL
Patrocinado pelo Fundo de Cultura, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia,  Impressões Modernas foi lançado nas bienais da Bahia e de São Paulo.

JUSSILENE SANTANA - CINEMA e DOUTORADO

Além do lançamento do livro Impressões Modernas – Teatro e Jornalismo na Bahia, Jussilene está no elenco dos longas-metragens Capitães da Areia, de Cecília Amado, e Jardim das Folhas Sagradas, de Pola Ribeiro, que recentemente entraram no circuito nacional. Com Capitães, Jussilene está sendo indicada ao prêmio de melhor atriz do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2012 – primeira etapa. Nesse que é seu terceiro longa, Jussilene faz Esther, mulher da alta sociedade baiana da década de 1950, que acolhe em sua residência o Sem-Pernas, um dos integrantes do temido bando de Pedro Bala.
Jussilene Santana acabou de defender a tese de doutorado em que dá andamento às suas pesquisas sobre o teatro brasileiro e baiano nas décadas de 1950 e 1960. Sua tese Martim Gonçalves: Uma Escola de Teatro contra A Província faz parte do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, da Universidade Federal da Bahia. Jussilene Santana dá aulas na Escola de Design da Universidade Veiga de Almeida (Rio de Janeiro), é pesquisadora e continua atuando como atriz profissional em teatro, cinema e TV.

JUSSILENE SANTANA - FORMAÇÃO PROFISSIONAL e TEATRO

Jussilene Santana, 35 anos, possui graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal da Bahia (1999), mestrado e doutorado em Artes Cênicas pela UFBA/PPGAC (2006/2012). Como atriz e jornalista, vem se destacando há mais de quinze anos no cenário cultural de Salvador. Atuou em várias peças, dentre elas, Senhorita Júlia, de August Strindberg, sob direção de Ewald Hackler, que a dirigiu também em A Mulher sem Pecado e em diversas leituras dramáticas.
Pelo desempenho em As Lágrimas Amargas de Petra von Kant, Jussilene recebeu indicação ao Prêmio Braskem de Teatro na categoria melhor atriz coadjuvante, em 2003. Sua elogiada atuação na montagem Budro lhe rendeu o Prêmio Braskem de melhor atriz baiana de 2004. Na tevê, esteve no elenco do especial A Mulher de Roxo, com direção de Fernando Guerreiro, com quem também foi dirigida em Shopping and Fucking. Em 2010, estrelou a montagem Joana d’Arc, com direção de Elisa Mendes, no qual concorreu novamente ao prêmio de melhor atriz.
Como jornalista, trabalhou em jornais diários baianos (Correio da Bahia e A Tarde) e apresentou programas locais na TV Record (Travessia 2001/2002) e TVE (Sextas Baianas 2006/2007). Ganhou os prêmios Banco do Brasil (2003) e Associação Baiana de Imprensa (2004), sendo finalista do Troféu Coelba de Reportagem (2003).

 

O LIVRO “IMPRESSÕES MODERNAS”

Foi nas décadas de 1950 e 1960 que a Bahia viveu intenso processo sócio-cultural-artístico que alterou profundamente a história da cultura brasileira, com a ebulição, dentre outros movimentos, do Cinema Novo e da Tropicália. No teatro, o período é de particular relevância porque, em junho de 1956, é criada a Escola de Teatro, primeira no Brasil ligada a uma instituição de nível superior, a então Universidade da Bahia. Em 1959, surge a Sociedade Teatro dos Novos, primeira companhia profissional de Salvador. Formado por alunos e professores egressos da Escola, o grupo funda o Teatro Vila Velha, em 1964.
Nestas décadas, a Escola de Teatro da Bahia se firma como um centro profissionalizante de excelência, único no país, articulado com outros centros de formação de artistas localizados nos EUA, Europa e Oriente. Sua criação possibilita que procedimentos do teatro moderno sejam trabalhados sistematicamente nas artes cênicas de Salvador, alterando profundamente os rumos da atividade no estado. A Escola de Teatro, então sob a direção do encenador Eros Martim Gonçalves, marca a transição de um período no qual o teatro na Bahia é entendido como uma atividade amadora e diletante, para outro em que é reconhecido como um campo autônomo, profissional e artístico.
Segundo a autora, esta época da cultura baiana, ocorrida na Bahia em meados do século XX, é sempre narrada de forma lendária. Jussilene lembra que a criação e a atuação da Escola de Teatro da Bahia, ponta de lança da produção do período, está relacionada ao “renascimento baiano”, patrocinado pela gestão do reitor Edgar Santos à frente da Universidade da Bahia.
“Muito se fala da influência do cinema e da música baianos para o Brasil, mas o que o teatro baiano legou neste período também é de altíssima qualidade e foi até agora miseravelmente estudado”, destaca Jussilene. Segundo a autora, o principal legado para as artes cênicas seria a geração de alunos/atores que faria afinadamente o Cinema Novo, o Tropicalismo, o cinema marginal e a televisão brasileira nas décadas subseqüentes, destacando os atores nacionalmente mais conhecidos: Othon Bastos, Geraldo Del Rey, Helena Ignez e Antonio Pitanga.  “Mas também houve montagens inovadoras e polêmicas, como a da Ópera dos Três Tostões, de Bertolt Brecht, e Calígula, texto de Albert Camus, encenada pela primeira no Brasil, pela Escola de Teatro, no TCA, tendo no papel-título o ator Sérgio Cardoso. Ambas as encenações são de Martim Gonçalves”, pontua.



SERVIÇO

Livro: Impressões Modernas – Teatro e Jornalismo na Bahia
Autor: Jussilene Santana
Editora: Vento Leste
Preço: R$ 30,00

 

CONTATO

Jussilene Santana e-mail:
 junesantana@gmail.com

ASSESSORIA DE IMPRENSA

Luciana Parreira -  Assessora de Imprensa  da Universidade Veiga de Almeida – Campus Barra  55. 21. 3325-2333 ramal 107 (texto) Marcos Uzel (Mtb 1596/Ba).