domingo, janeiro 25, 2009

Lançamento LIVRO

ATRIZ BAIANA LANÇA LIVRO
SOBRE TEATRO E JORNALISMO NA BAHIA

A obra "Impressões Modernas", da atriz, jornalista e doutoranda Jussilene Santana, será lançada dia 05 de fevereiro, na Livraria LDM

A atriz, jornalista, professora e doutoranda Jussilene Santana, um dos nomes de maior destaque na cena teatral de Salvador (Prêmio Braskem de Melhor Atriz de 2004 na Bahia pelo desempenho no espetáculo Budro), lança no próximo dia 05 de fevereiro, às 17h, na Livraria LDM (Piedade), o livro Impressões Modernas – Teatro e Jornalismo na Bahia, com selo da editora Vento Leste A publicação analisa a formação do teatro como temática na imprensa baiana em meados do século XX, nos jornais A Tarde e Diário de Notícias, e investiga as mudanças que ocorreram tanto no exercício do teatro, quanto na cobertura jornalística. O livro reúne informações jamais analisadas sobre o teatro baiano. Vale destacar, entre elas, a complexa compreensão do papel do primeiro diretor da Escola de Teatro da Ufba, Martim Gonçalves, para as artes cênicas.

Além disso, traz reflexões sobre: a relação complexa e dinâmica entre a cena teatral na Bahia e sua cobertura; a configuração do espaço cênico no jornalismo baiano; as repercussões do modernismo teatral no estado e no país; as inovações editoriais ocorridas à época; a percepção de questões do teatro em moldes modernos e o surgimento de vozes/fontes que as representem na imprensa.

Para a realização deste trabalho, a autora resgatou e digitalizou mais de duas mil fotos e matérias jornalísticas sobre teatro, publicadas entre os anos de 1956 e 1961, trazendo à tona inestimável acervo que contribui de modo preponderante para a escrita da história cultural brasileira. O livro publica uma seleção de 27 imagens deste acervo. Nos periódicos estudados, textos, entre outros, de Walter da Silveira, Paulo Francis e Glauber Rocha (que, ao lado do jornalismo, se desdobra na direção dos primeiros filmes do Cinema Novo).

Na pesquisa que dá base ao livro, realizada em seu mestrado, Jussilene Santana ainda entrevistou inúmeros artistas e jornalistas que fizeram a cultura baiana no período, a exemplo dos atores Sonia Robatto, Yumara Rodrigues, Maria Silva, Wilson Mello, Manoel Lopes Pontes, Mario Gadelha, Roberto Assis, Harildo Déda e do jornalista Florisvaldo Mattos. Alguns deles em seus últimos depoimentos, como Nilda Spencer, Carlos Petrovich e Álvaro Guimarães, já falecidos. Em 2007, Jussilene organizou com parte dos entrevistados o Ciclo de Entrevistas Memória do Teatro na Bahia, evento que resultou em mais de 12 horas de depoimentos gravados sobre a história do teatro baiano e brasileiro.

LANÇAMENTOS PELO BRASIL

Ainda este ano, Impressões Modernas será lançado nas bienais da Bahia (de 17 a 26 de abril) e do Rio de Janeiro (de 10 a 20 de setembro). O livro, patrocinado pelo Fundo de Cultura, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, terá lançamentos, ainda, nas cidades de Ilhéus, Itabuna, Vitória da Conquista e Itaberaba. Em todas elas, a autora fará palestras e doará exemplares para as bibliotecas das universidades estaduais (UNEB, UESC, UEFS, UESB). A divulgação e as palestras abertas à comunidade acadêmica e ao público interessado continuam em novembro em Juazeiro do Norte (Ceará), Recife e São Paulo.

CINEMA, TEATRO, DOUTORADO E MATERNIDADE
Além do lançamento do livro Impressões Modernas – Teatro e Jornalismo na Bahia, Jussilene, que está grávida de seis meses e se mudou recentemente para o Rio de Janeiro, chega a Salvador para a gravação do filme Capitães da Areia, de Cecília Amado. Neste que é seu terceiro longa-metragem, Jussilene faz Esther, mulher da alta sociedade baiana da década de 1950, que acolhe em sua residência o Sem-Pernas, um dos integrantes do temido bando de Pedro Bala.

Após o nascimento de sua primeira filha, a atriz retorna novamente à Bahia em agosto para os ensaios do espetáculo Joana d'Arc, no qual fará o papel-título, com estréia prevista para outubro. A peça, contemplada no último edital da Fundação Cultural do Estado com o prêmio de R$ 100 mil, tem direção de Elisa Mendes, texto de Cleise Mendes e produção de Virgínia da Rin. No elenco, nomes como Carlos Nascimento, Carlos Betão e Widoto Áquila.

Atualmente no doutorado, Jussilene Santana continua sua pesquisa sobre o teatro baiano nas décadas de 1950 e 1960. Sua tese Martim Gonçalves: Uma Escola de Teatro contra uma Província faz parte do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, da Universidade Federal da Bahia.

FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Jussilene Santana, 32 anos, possui graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal da Bahia (1999) e mestrado em Artes Cênicas pela UFBA/PPGAC (2006), sendo doutoranda do mesmo programa. Como atriz e jornalista, vem se destacando há mais de dez anos no cenário cultural de Salvador. Atuou em várias peças, dentre elas, Senhorita Júlia, de August Strindberg, sob direção de Ewald Hackler, que a dirigiu também em A Mulher sem Pecado e em diversas leituras dramáticas.

Pelo desempenho em As Lágrimas Amargas de Petra von Kant, Jussilene recebeu indicação ao Prêmio Braskem de Teatro na categoria melhor atriz coadjuvante. Sua elogiada atuação na montagem Budro lhe rendeu o Prêmio Braskem de melhor atriz baiana de 2004. Na tevê, esteve no elenco do especial A Mulher de Roxo, com direção de Fernando Guerreiro. Em 2007, fez os longas-metragens Estranhos e Jardim das Folhas Sagradas.

Como jornalista, trabalhou em jornais diários baianos (Correio da Bahia e A Tarde) e apresentou programas locais na TV Record (Travessia 2001/2002) e TVE (Sextas Baianas 2006/2007). Ganhou os prêmios Banco do Brasil (2003) e Associação Baiana de Imprensa (2004), sendo finalista do Troféu Coelba de Reportagem (2003). Atualmente é professora de jornalismo e continua atuando como atriz profissional em teatro, cinema e TV. Seus principais temas de pesquisa são: teatro, jornalismo, cultura, história e Bahia.

O LIVRO "IMPRESSÕES MODERNAS"
Foi nas décadas de 1950 e 1960 que a Bahia viveu intenso processo sócio-cultural-artístico que alterou profundamente a história da cultura brasileira, com a ebulição, dentre outros movimentos, do Cinema Novo e da Tropicália. No teatro, o período é de particular relevância porque, em junho de 1956, é criada a Escola de Teatro, primeira no Brasil ligada a uma instituição de nível superior, a então Universidade da Bahia. Em 1959, surge a Sociedade Teatro dos Novos, primeira companhia profissional de Salvador. Formado por alunos e professores egressos da Escola, o grupo funda o Teatro Vila Velha, em 1964.

Nestas décadas, a Escola de Teatro da Bahia se firma como um centro profissionalizante de excelência, único no país, articulado com outros centros de formação de artistas localizados nos EUA, Europa e Oriente. Sua criação possibilita que procedimentos do teatro moderno sejam trabalhados sistematicamente nas artes cênicas de Salvador, alterando profundamente os rumos da atividade no estado. A Escola de Teatro, então sob a direção do encenador Eros Martim Gonçalves, marca a transição de um período no qual o teatro na Bahia é entendido como uma atividade amadora e diletante, para outro em que é reconhecido como um campo autônomo, profissional e artístico.

Segundo a autora, esta época da cultura baiana, ocorrida na Bahia em meados do século XX, é sempre narrada de forma lendária. Jussilene lembra que a criação e a atuação da Escola de Teatro da Bahia, ponta de lança da produção do período, está relacionada ao "renascimento baiano", patrocinado pela gestão do reitor Edgar Santos à frente da Universidade da Bahia.

"Muito se fala da influência do cinema e da música baianos para o Brasil, mas o que o teatro baiano legou neste período também é de altíssima qualidade e foi até agora miseravelmente estudado", destaca Jussilene. Segundo a autora, o principal legado para as artes cênicas seria a geração de alunos/atores que faria afinadamente o Cinema Novo, o Tropicalismo, o cinema marginal e a televisão brasileira nas décadas subseqüentes, destacando os atores nacionalmente mais conhecidos: Othon Bastos, Geraldo Del Rey, Helena Ignez e Antonio Pitanga. "Mas também houve montagens inovadoras e polêmicas, como a da Ópera dos Três Tostões, de Bertolt Brecht, e Calígula, texto de Albert Camus, encenada pela primeira no Brasil, pela Escola de Teatro, no TCA, tendo no papel-título o ator Sérgio Cardoso. Ambas as encenações são de Martim Gonçalves", pontua.

DIÁLOGO CONTRASTANTE
É importante ressaltar o diálogo contrastante que Impressões Modernas – Teatro e Jornalismo na Bahia mantém com a abordagem promovida por O Teatro na Bahia através da Imprensa, de Aninha Franco (1994). Segundo Jussilene, esta publicação minimizou arriscadamente as diferenças entre os discursos promovidos pelos jornais do período – cujas posturas políticas e estéticas são bem distintas –, rotulando, de modo genérico, as desiguais coberturas jornalísticas como "o discurso da imprensa".

"Ora, os jornais não apenas discordam entre si, como também modificam publicamente opiniões sobre eventos e artistas quando estes assumem posturas que se afastam das linhas editorias defendidas ou mesmo por questões pessoais dificilmente diagnosticáveis. Não há como contar uma história pela imprensa sem analisar isso", ressalta.

Outro ponto que merece destaque no debate com Franco, segundo Jussilene, é a linguagem datada que esta autora utiliza para tratar dos choques e diálogos interculturais. "Franco denomina de colonizador toda e qualquer informação, processo poético ou de linguagem que não seja 'assumidamente baiano', porém sem explicar o que entende por baianidade, ora confundida por ela com a idéia de brasilidade".

Ainda segundo Jussilene, causa e conseqüência, na coletânea de matérias e artigos de jornais que Franco apresenta não há qualquer referência a eventos, por exemplo, promovidos por Martim Gonçalves à frente da Escola de Teatro que, no mínimo, tornariam mais complexo o rótulo dado ao encenador de "adepto de estrangeirismos".

"Gonçalves apresenta à cidade tanto um painel da melhor dramaturgia ocidental, com Camus, Brecht, Claudel, Mishima e Tenessesse Williams, quanto os brasileiros Antonio Callado, Maria Clara Machado, Ariano Suassuna e Arthur Azevedo. Mas ele também publica artigos sobre teatro popular nos jornais baianos, os mesmos que mais tarde lhe fecharão as portas, e monta o primeiro espetáculo teatral de cordel na Bahia. Isso ao contrário do que o imaginário teatral baiano sedimentou de que teria sido o Teatro dos Novos o primeiro a fazer montagens trabalhando esta literatura popular", finaliza a autora.

SERVIÇO
Livro: Impressões Modernas – Teatro e Jornalismo na Bahia
Autor: Jussilene Santana
Editora: Vento Leste
Data: 05 de fevereiro, às 17h
Local: Livraria LDM (Rua Direita da Piedade)
Preço: R$ 50,00
Preço promocional (dia do lançamento): R$ 30,00

CONTATOS PARA ENTREVISTAS
junesantana@gmail.com
ASSESSORIA DE IMPRENSA
Marcos Uzel (Mtb 1596/Ba)
marcosuzel@gmail.com

1 Comments:

Blogger Lestat said...

Bem ouvi sua entrevista hoje na radio metropole Fm e adorei vc la no roda bahiana vc é muito descolada e tem uma voz linda. quero te parabeniza pela facilidade que vc tenm em expresar seus pensamentos bem tenho um blog com aproximadamente 20 mil vistas diarias e gostaria de divulgar seu Livro la caso tenha interesse deixe um comentario ou se tiver a sinopse do livro ou a capa digitalizada seria legal para deixa os leitores com agua na boca. mais uma vez parabens pelontrabalho gostei muito e to curioso.

10:41 PM  

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